Os depósitos na caderneta de
poupança superaram os saques em R$ 2,33 bilhões em julho, informou o Banco
Central nesta sexta-feira (4).
Foi o maior ingresso de
recursos para o mês desde 2014, ou seja, em três anos. Além disso, esse foi o
terceiro mês consecutivo em que a modalidade registrou entrada líquida de
recursos.
Segundo o BC, os depósitos
somaram R$ 174,72 bilhões e, os saques, R$ 172,38 bilhões, em julho. Os
rendimentos (juros) creditados nas contas dos poupadores somaram R$ 3,52
bilhões.
A entrada líquida de recursos
na caderneta de poupança acontece em um momento de liberação dos saques das
contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, o investimento na
poupança ficou mais atrativo nos últimos meses devido à queda da Selic, que
reduz o rendimento dos fundos de renda fixa, e da inflação mais baixa, que
contribui para manter o poder de compra do dinheiro.
Parcial do ano
No acumulado dos sete
primeiros meses deste ano, informou o BC, foi registrada saída líquida
(retiradas maiores do que depósitos) de R$ 9,95 bilhões da poupança.
Mesmo com o saldo negativo,
esse foi o melhor resultado para este período desde 2014 - quando houve o
ingresso de R$ 13,64 bilhões na poupança.
Em todo o ano passado, R$
40,7 bilhões foram retirados da poupança. O resultado foi o segundo pior da
série histórica, que começou em 1995, atrás somente de 2015, quando foram
sacados R$ 53,5 bilhões.
Saldo da poupança
Com a entrada líquida de
recursos da poupança, no final de julho o estoque dos valores depositados, ou
seja, o volume total aplicado, registrou aumento.
No fim de dezembro de 2016, o
saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de junho de 2017, somava
R$ 675,34 bilhões e no final de julho ficou em R$ 681,20 bilhões.
Além dos depósitos e das
retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são
contabilizados no estoque da poupança.
Atratividade da
poupança
Os recursos ingressaram na
poupança em julho em momento de atratividade um pouco maior da modalidade de
investimentos frente aos fundos de renda fixa. Isso ocorre por conta da queda
dos juros básicos da economia nos últimos meses.
De acordo com cálculos da
Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac), com a redução dos juros para 9,25% ao ano, os fundos de
renda fixa "começam a perder competitividade frente às cadernetas de
poupança principalmente nas aplicações de baixo valor."
Nesses casos, observa a
Anefac, os fundos têm taxas de administração mais elevadas. "Assim sendo,
a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de
investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam
superiores a 1% ao ano", acrescentou a entidade.
Isso ocorre porque o
rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das
cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, como atualmente,
está limitado em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Analistas avaliam que o
Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos
públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em
um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O
programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.
Quando a poupança
pode ser uma boa opção
Independente do rendimento da
poupança, especialistas avaliam que a aplicação ainda pode ser uma boa opção em
alguns casos.
Por exemplo: para pequenos
poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de
curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de
reserva" para emergências.
A vantagem da poupança em
relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a
aplicação.
Nos fundos de investimento,
ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos
públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa
de administração.
Nos fundos de investimento e
no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais
tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no
resgate.





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